Origem do Homem
Por certo não existe pergunta com maior bagagem de discussão do que esta: “De onde veio o homem?” Historicamente o homem, como ser intelectual, vem buscando respostas para essa pergunta. Desde a Antigüidade mais remota se encontra relatos de civilizações antigas que tentam responder a essa pergunta. No entanto, nenhuma resposta está próxima do fato narrado nas escrituras.
Mas com certeza, muitas dessas tentativas já foram removidas das possibilidades aceitas pelos estudiosos e cientistas. Assim, é possível sistematizar essas respostas possíveis de maneira simples, como se pode observar nos próximos tópicos.
A. Evolução Ateísta
A palavra evolução indica um processo crescente, desenvolvimento. Mas quando é aplicada ao homem tem seu significado muito mais expressivo, pois envolve suas origens. Assim, a Evolução Ateísta preocupa-se em responder a pergunta em pauta demonstrando apenas um processo natural no que tange a origem da primeira substância como do desenvolvimento desta.
Não se pode negar ao certo que mudanças ocorreram através dos tempos, entretanto, para os evolucionistas, essas mudanças incluem a geração de novas espécies e de formas mais complexas a partir de formas de vida mais simples. Essa ótica dispensa a idéia de Deus ou de sua atividade, fato bem evidenciado pela identificação desta corrente ideológica.
Isso pode ser demonstrado pelas palavras do próprio Charles Darwin, pai de muitos dos pensamentos dessa corrente: “Não darei absolutamente nada pela teoria da seleção natural se ela requerer adições milagrosas em qualquer de seus estágios[1]“. Com obviedade, o que fundamenta esse tipo de raciocínio é a ciência naturalista. O livro que abre as portas do conhecimento para esse raciocínio é o Origem das Espécies, de Charles Darwin, publicado em 1859.
Algumas objeções:
Logicamente, essa teoria não tem como ser bíblica, assim algumas questões bíblicas podem ser estampadas diante dela:
Qual a possibilidade de que a alma derivasse de um processo unicamente natural?
Quem poderia ter dado início ao primeiro movimento que desencadeou os outros?
Quando não existia vida, como surgiram as substâncias que hoje são absolutamente essenciais para a existência dos sistemas vivos?
•B. Evolução Teísta
“A evolução teísta afirma que Deus direcionou, usou, e controlou o processo da evolução natural para ‘criar’ o mundo e tudo o que nele existe[2]“. A idéia presente nessa ideologia nada mais é do que a tentativa de incluir em apenas um raciocínio ambas resposta, o evolucionismo e o criacionismo.
Esse raciocínio é expresso por cientistas religiosos que fazem algumas alterações no processo normal da evolução e na literatura bíblica, mas sem conseguir adaptar satisfatoriamente os argumentos contraditórios das correntes. Um exemplo clássico dessa fato é a origem de Eva. Segundo eles, Adão surgiu de uma espécie preexistente de vida que Deus resolveu soprar o espírito de vida, mas Eva surgiu de uma intervenção especial de Deus no processo da evolução. Ou seja, a evolução só deu conta da raça humana do gênero masculino.
Essa corrente ideológica consegue responder ao menos algumas das perguntas feitas anteriormente, pois reconhece que Deus é esse “ser invisível” que deu o pontapé inicial para desencadear esse processo. As bases utilizadas pela evolução teísta são a Bíblia e a ciência.
Algumas objeções:
Embora algumas questões sejam respondidas, nascem outras um pouco mais intrigantes, como podemos notar abaixo:
Se a evolução é natural, qual a necessidade da intervenção de Deus?
Se Deus é poderoso para intervir na criação da mulher, por que não fez com o homem?
Por que Deus deixaria em sua auto-revelação uma descrição inexata de sua criação?
Qual o papel da descrição da criação do homem nas escrituras?
Deus seria incapaz de criar o mundo ex-nihilo?
C. Criação
A criação é a resposta encontrada nas escrituras para a pergunta em pauta, e por certo é a mais correta dentre as anunciadas. Embora exista muitas visões dessa criação, a principal característica dessa ideologia é que ela tem unicamente a Bíblia como fundamento. Isso não significa que todos os conceitos científicos devem ser descartados, mas que a ciência em si não controla ou altera a interpretação natural dos relatos bíblicos.
O que se pode descrever em poucas palavras sobre o homem na criação é que Deus criou o primeiro a partir do pó da terra e com seu sopro de vida (Gn.1.27; 2.7). Assim, nunca existiu uma criatura “preexistente”, ou subumana, muito menos um processo que fizesse com que a criação de Deus fosse aperfeiçoada.
Algumas Objeções:
Como é óbvio, essa posição em relação às origens do homem nunca foi considerada como ciência, e sim como fé cega. Por esse fato, todos os adeptos de correntes ideológicas diferentes deixam suas questões tentando afogar o relato bíblico da criação do homem.
Qual o caráter científico da Bíblia?
Se Deus é tão poderoso para criar o homem, por que o fez tão imperfeito?
Se existe um Deus, por que Ele deixou pistas na natureza que parecem contradizer o relato bíblico?
[1] CLARK, R.E.D. Darwin: Before and after. In: RYRIE, Charles. Teologia Básica. Mundo Cristão:São Paulo. 2004. pp.196